A energia eólica utiliza a energia cinética do ar, que se desloca por efeito das diferenças de pressão atmosférica entre regiões. As diferenças de pressão têm uma génese térmica e estão associadas com o processo de aquecimento do ar, bem como dos continentes e do mar. A energia eólica é utilizada, diretamente, para gerar energia mecânica ou, indiretamente, para gerar energia elétrica.
A energia eólica é um recurso natural abundante, acessível e renovável.
Utilização histórica
A energia do vento foi aproveitada ancestralmente para várias funções, incluindo a deslocação de barcos à vela (há mais de 5000 anos na navegação fluvial), o funcionamento de moinhos e a elevação de água ao longo de vários séculos já antes da era cristã.
A utilização do vento tem-se apresentado na última década como uma das formas mais atrativas para produção de eletricidade, não obstante as implicações derivadas da irregularidade e intermitência do fluxo eólico.
Aerogeradores
Detalhe de um aerogerador do PE do Sirigo
As turbinas eólicas convertem a energia cinética do vento em energia mecânica. Esta energia mecânica alimenta geradores elétricos associados, através dos quais é produzida a eletricidade que, através das redes eléctricas de transporte e de distribuição, posteriormente abastece populações e unidades produtivas.
Os parques eólicos são constituídos por uma ou mais torres equipadas com pás (hélices) - os aerogeradores - que ao rodarem com a força do vento, movimentam o gerador elétrico e produzem eletricidade. As turbinas eólicas mais frequentes em Portugal são de eixo horizontal (à semelhança dos antigos moinhos).
A tecnologia envolvida na construção e funcionamento das turbinas eólicas tem evoluído significativamente em resultado dos avanços tecnológicos dos materiais, da engenharia, da electrónica e da aerodinâmica.
Cada aerogerador, independentemente da sua dimensão, é constituído pelas seguintes partes componentes: o rotor (a parte que roda por ação do vento e onde se fixam as pás), o gerador elétrico e um sistema de controlo, inseridos numa nacelle, e a torre de suporte do aerogerador.
A energia produzida por qualquer aerogerador depende da densidade do ar (variação com aumento de humidade), da área coberta pela rotação das pás (hélices) e, sobretudo, da velocidade do vento. Em consequência, os aerogeradores são instalados em zonas de potencial eólico elevado, isto é, em zonas ventosas. Como a velocidade do vento é afetada pelo relevo do solo, e aumenta com a altura acima do solo, as turbinas são montadas em torres elevadas em relação ao nível do solo.
Situação atual em Portugal
PE da Bulgueira
A situação geográfica e geomorfologia de Portugal continental fazem com que sejam sobretudo as zonas montanhosas e a faixa litoral as que apresentam velocidade e regularidade do vento suscetível de aproveitamento energético. A maior parte dos locais com essas características situam-se nas zonas litorais e de maior altitude a Norte do rio Tejo, na zona Oeste e a Sul junto à Costa Vicentina.
Com base em informação relativa a dezembro de 2023 (dados da DGEG e APREN), encontram-se implantados em Portugal 2872 aerogeradores, com uma potência instalada de 5809 MW. A produção de energia elétrica de origem eólica representou 24% do consumo final de eletricidade no mesmo ano de 2023.
Vantagens das eólicas
ser uma fonte de energia renovável, praticamente gratuita e inesgotável.
ser uma energia limpa, que não produz gases com efeito de estufa nem outros agentes poluentes (cinzas, materiais radioativos, outros resíduos).
complementar as outras formas de produção elétrica, contribuindo para a diversificação e disseminação dos meios de produção, se bem que com implicações na garantia da potência requerida pela rede.
contribuir para a redução da dependência energética exterior, materializada na menor importação de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão).
evitar, por cada MWh de energia elétrica de origem eólica produzida, a emissão de 0,31 toneladas de gases com efeito de estufa que resultaria da utilização alternativa de combustíveis fósseis.
contribuir para Portugal atingir compromissos e metas internacionais, nomeadamente estabelecidas no Protocolo de Quioto, no Acordo de Paris e em legislação comunitária - Diretiva (UE) 2018/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho, alterada pela Diretiva (UE) 2023/2413 do Parlamento Europeu e do Conselho de 18 de outubro de 2023.
promover a criação de emprego, incluindo oportunidades de emprego especializado no decurso da construção e exploração dos parques eólicos.